quinta-feira, 15 de maio de 2014

MAIS DA METADE DA POPULAÇÃO DE PORTEL É DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

(Fonte: IBGE, 2010)

Os leitores que lembram das aulas de geografia conhecem a pirâmide etária. Aquela em países desenvolvidos é quase quadrada, mostrando o equilíbrio entre população de idosos e de jovens, e a pirâmide de países pobres e subdesenvolvidos, achatada na base, com predominância de crianças e jovens. Pois é, essa é a pirâmide etária de Portel, município onde mais de 28.000 dos seus 52.172 habitantes tem até 19 anos, segundo dados do censo de 2010 do IBGE.
Até eu fiquei surpreso com esses números. Existem menos de 1.000 pessoas em Portel com mais de 70 anos. Já o número de crianças é gritante. São cerca de 15.000 habitantes com menos de 10 anos de idade. Isso representa um desafio enorme para o prefeito e para toda a sociedade.
Segundo os números, mais de 5.000 crianças com menos de 6 anos de idade nunca conheceu escola ou creche. Das que estão em idade escolar, entre 7 e 14 anos de idade, 1.094 estão fora da escola. Isso é 16% da população.
Existem outro números interessantes. Apesar de 92% das crianças entre 11 e 14 anos estarem frequentando a escola, quando sobe para 15 e 17 anos, esse percentual cai para 74 %. Deste modo, o número de adolescentes entre 15 e 17 frequentando o ensino médio é de apenas 11%, o que indica que, muito provavelmente, na idade em que deveriam estar cursando o ensino médio, muitos estudantes simplesmente abandonam a escola, voltando depois para tentar retomar os estudos.
Para se ter uma ideia da questão social, a cada ano mais de 1.000 jovens entram na idade para entrar no mercado de trabalho, em uma cidade que simplesmente não oferece empregos suficientes para essa população.
Dado o tamanho do desafio, era de se esperar uma atuação melhor do prefeito Paulo Ferreira. Mas a educação parece ser seu calcanhar de Aquiles. Basta ver o descaso denunciado pelas professoras do PNAIC. Até agora sem que a secretaria ou Prefeitura sequer se manifestassem.
O problema é que sem educação prefeito nenhum pode comemorar vitória política. E esses mais de 1.000 adolescentes que estão fora da escola, mais os 1.000 que entram na idade de trabalho todo ano, vão cobrar futuramente a sua vingança.